A próxima tarefa é procurar objectos mais pequenos que podem destruir, digamos, uma cidade, disseram os especialistas à Subcomissão de Ciência, Tecnologia e Espaço do Senado dos EUA.
Aí foi dito que o calendário para encontrar qualquer objecto maior que 1 km em diâmetro que possa aproximar-se da Terra já foi organizado.
“O estudo começou oficialmente em 1998 e até à data mais de 700 objectos de entre uma população estimada de 1,100 foram já descobertos. Por isso o esforço pensa-se que já esteja mais de 70% concluído e no bom caminho para terminar o seu objectivo em 2008”, de acordo com Lindley Johnson da NASA.
Já houveram uns quantos sustos.
Em Setembro passado, os cientistas avistaram o asteróide “2003 QQ47” e as primeiras medições sugeriam que iria atingir a Terra a 21 de Março de 2014, com uma explosão 20 milhões de vezes o tamanho das bombas atómicas de Hiroshima. Mas a previsão foi revista: afinal não iria colidir.
Sabe-se que objectos já colidiram com o nosso planeta. Um asteróide, ou vários asteróides, acredita-se que tenham lançado para a atmosfera tanto pó e iniciado tanta actividade vulcânica há 65 milhões de anos atrás, que o clima resultante eliminou os dinossauros.
Mas os cientistas acreditam que um evento destas proporções aconteça a uma média de cada 700,000 anos.
Um asteróide mais pequeno pensa-se que tenha nivelado aproximadamente 670 quilómetros quadrados duma floresta Siberiana em 1908 (impacto de Tunguska).
“Embora a probabilidade da Terra ser atingida por um grande objecto ainda este século seja baixa, os efeitos de um impacto são tão catastróficos que é essencial preparar medidas de defesa contra tal ocorrência,” disse Michael Griffin, director do Departamento Espacial do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
Mas quando? “Com o nosso presente nível de conhecimento é possível que aconteça na próxima semana ou daqui a milhares de anos”, disse Johnson.
Se um asteróide se vier a confirmar que está numa órbita de colisão com a Terra, os especialistas dizem que levariam cerca de 30 anos até poderem fazer alguma coisa contra. “Os motores principais do vaivém espacial e o combustível do seu tanque externo poderiam com sucesso mudar a rota de um objecto com um quilómetro, se fosse aplicado com 20 anos de antecedência”.
Usando uma bomba nuclear ainda poderia piorar o caso porque os pedaços do asteróide permaneceriam na mesma órbita e eventualmente colidiriam à mesma com a Terra.
A próxima tarefa é encontrar objectos mais pequenos que não destruissem a Terra por completo, mas que fizessem danos consideráveis se a atingissem, disseram os cientistas.
Um único satélite orbitando o Sol dentro da órbita da Terra poderia encontrar 90% de todos os objectos próximos da Terra com 100 metros ou mais em diâmetro em 10 anos. Custaria cerca de 300 milhões de Euros e poderia estar preparado em cinco anos, disse Griffin.