Novo estudo confirma que a luz exterior à nossa Galáxia é mais brilhante do que o esperado

Os cientistas analisaram novas medições mostrando que a luz emitida pelas estrelas fora da nossa Galáxia é duas a três vezes mais brilhante do que a luz de populações conhecidas de galáxias, desafiando pressupostos sobre o número e ambiente de estrelas que se encontram no Universo. Os resultados deste estudo liderado por investigadores do Instituto de Tecnologia de Rochester foram publicados no site ArXiv e aceites para publicação na revista The Astrophysical Journal.

A equipa de investigação analisou centenas de imagens da luz de fundo obtidas pelo instrumento LORRI (Long-Range Reconnaissance Imager) a bordo da sonda New Horizons da NASA para calcular o fundo ótico cósmico – o somatório da luz emitida pelas estrelas para lá da Via Láctea ao longo da história do Universo. Se o brilho do fundo ótico cósmico não for igual à luz das galáxias que conhecemos, então isso sugere que podem haver fontes de luz ótica em falta no Universo.

Impressão de artista da sonda New Horizons da NASA.
Crédito: NASA/APL/SwRI e NASA/JPL-Caltech

“Vemos mais luz do que deveríamos ver com base nas populações de galáxias que entendemos existirem e na quantidade de luz que estimamos devem produzir”, disse Teresa Symons, doutorada em ciências astrofísicas e tecnologia, que liderou o estudo para a sua dissertação e que é agora investigadora pós-doutorada na Universidade da Califórnia, Irvine. “A determinação do que está a produzir essa luz pode mudar a nossa compreensão fundamental de como o Universo se formou ao longo do tempo”.

No início deste ano, uma equipa independente de cientistas relatou, na revista The Astrophysical Journal Letters, que o fundo ótico cósmico era duas vezes maior do que se pensava originalmente. Esses resultados não foram por acaso, como corroborado utilizando um conjunto muito mais amplo de observações LORRI no novo estudo por Symons, pelo professor Michael Zemcov e por investigadores do JPL, da UC Irvine, UC Berkeley e pela Universidade Johns Hopkins.

Enquanto que uma medição desobstruída do fundo ótico cósmico e difícil de conseguir a partir da Terra devido à poeira entre planetas, a sonda New Horizons está perto do limite do nosso Sistema Solar onde este primeiro plano é mínimo e proporciona uma visão muito mais clara para este tipo de estudo. Os cientistas esperam que possam ser desenvolvidas futuras missões e instrumentos para ajudar a explorar a discrepância.

“Isto chegou ao ponto em que é um mistério real que precisa de ser resolvido”, disse Zemcov, professor do Centro para Detetores e Escola de Física e Astronomia do Instituto de Tecnologia de Rochester. “Espero que algumas experiências em que estamos envolvidos aqui, incluindo a CIBER-2 e a SPHEREx, possam ajudar a resolver a discrepância”.

// Instituto de Tecnologia de Rochester (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (arXiv.org)

Saiba mais:

Notícias relacionadas:
Universe Today
ScienceDaily

Fundo ótico cósmico:
Astro.vaporia.com

New Horizons:
JHUAPL
NASA
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Wikipedia

CIBER-2:
Caltech

SPHEREx:
JPL/NASA
Caltech
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