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Poeira cósmica abre janela de conhecimento da antiga atmosfera da Terra
1 de agosto de 2025
 
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Imagem, obtida através de um microscópio eletrónico, de um micrometeorito com 240 milhões de anos. As estruturas foram formadas durante a interação com a atmosfera terrestre. O oxigénio presente no micrometeorito permite tirar conclusões sobre a antiga atmosfera do nosso planeta. Escala: 10 micrómetros = 0,01 milímetros.
Crédito: Fabian Zahnow
 
     
 
 
 

Desde o início da história da Terra, pequenas partículas de rocha e metal oriundas do espaço têm atingido o nosso planeta. Em noites claras, podemos até ver os seus rastos a que damos o nome familiar de estrelas cadentes. Presos em camadas de rocha, estes micrometeoritos podem permanecer preservados por milhares de milhões de anos. Uma equipa de internacional investigação liderada pela Universidade de Gotinga e incluindo a Open University, a Universidade de Pisa e a Universidade de Hanôver, desenvolveu um método que lhes permite reconstruir a atmosfera do passado utilizando micrometeoritos fossilizados. Os resultados foram publicados na revista Communications Earth & Environment.

Quando micrometeoritos metálicos oriundos do espaço entram na atmosfera terrestre, derretem. Além disso, o ferro e o níquel oxidam em contacto com o oxigénio do ar. Estes processos criam estruturas esféricas microscópicas. Estas consistem em minerais de óxido cujo oxigénio provém da atmosfera. Inúmeros micrometeoritos caem para a Terra todos os anos, onde ficam depositados. Oferecem um grande potencial para tirar conclusões sobre o passado, uma vez que os seus restos fossilizados fornecem um "arquivo químico" preservado da atmosfera da época em que cá chegaram.

 
Secção transversal de um micrometeorito encontrado na Antártida. Os vários minerais de óxido de ferro em tons de cinza foram formados pela oxidação na atmosfera terrestre. Escala: 10 micrómetros = 0,01 milímetros.
Crédito: Fabian Zahnow
 

O método recém-desenvolvido permitiu aos investigadores do Centro de Geociências da Universidade de Gotinga e da Universidade de Hanôver determinar pela primeira vez, com alta precisão, a composição de isótopos de oxigénio e ferro em minúsculos micrometeoritos fósseis de diferentes períodos geológicos. As proporções dos diferentes isótopos fornecem informações sobre a composição isotópica da atmosfera primitiva. Além disso, os dados também permitem tirar conclusões sobre as concentrações de CO2 naquela época e sobre a formação de matéria orgânica em todo o mundo, principalmente devido à fotossíntese das plantas.

O estudo mostra que estas pequenas esferas são uma adição promissora aos métodos habituais utilizados na investigação geológica climática para reconstruir as concentrações de CO2 no passado. "As nossas análises mostram que os micrometeoritos intactos podem preservar vestígios fiáveis de isótopos ao longo de milhões de anos, apesar do seu tamanho microscópico", explica o autor principal, Dr. Fabian Zahnow, antigo investigador doutorado na Universidade de Gotinga, agora na Universidade de Bochum. Ao mesmo tempo, ficou claro que os processos geoquímicos no solo e nas rochas alteram os micrometeoritos depois de terem aterrado na Terra, o que significa que é essencial uma investigação geoquímica cuidadosa.

// Universidade de Gotinga (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Communications Earth & Environment)

 


Quer saber mais?

Micrometeoritos:
Wikipedia
NASA

Poeira espacial:
Wikipedia

 
   
 
 
 
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