Top thingy left
 
As primeiras imagens do Observatório Vera C. Rubin
24 de junho de 2025
 

A região sul do Enxame de Virgem, a cerca de 55 milhões de anos-luz de distância. Esta imagem combina 1185 exposições obtidas ao longo de apenas 7 noites. Ver aqui uma versão legendada. Para ver a imagem em todo o seu esplendor, utilize esta ferramenta online.
Crédito: Observatório Rubin/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA
 
     
 
 
 

O Observatório Vera C. Rubin divulgou ontem as suas primeiras imagens num evento em Washington, D.C. As imagens mostram fenómenos cósmicos captados a uma escala sem precedentes. Em pouco mais de 10 horas de observações de teste, o Observatório Rubin já captou milhões de galáxias e estrelas da Via Láctea e milhares de asteroides. As imagens são uma pequena antevisão da próxima missão científica de 10 anos do Observatório Rubin para explorar e compreender alguns dos maiores mistérios do Universo.

"O Observatório Rubin irá captar mais informação sobre o nosso Universo do que todos os telescópios óticos da história, juntos", afirmou Brian Stone, diretor da NSF (National Science Foundation). "Através desta notável instalação científica, exploraremos muitos mistérios cósmicos, incluindo a matéria escura e a energia escura que permeiam o Universo".

Resultado de mais de duas décadas de trabalho, o Observatório Rubin está situado no cume de Cerro Pachón, no Chile, onde o ar seco e o céu escuro proporcionam um dos melhores locais de observação do mundo. O inovador telescópio de 8,4 metros do Rubin possui a maior câmara digital alguma vez construída, que alimenta um poderoso sistema de processamento de dados. Mais tarde, ainda em 2025, o Rubin iniciará a sua missão principal, o LSST (Legacy Survey of Space and Time), em que fará uma varredura incessante do céu todas as noites durante 10 anos para captar com precisão todas as mudanças visíveis.

 

O resultado será um registo do Universo em tempo real, em campo largo e em ultra-alta definição. O céu ganhará vida com um tesouro de milhares de milhões de descobertas científicas. As imagens revelarão asteroides e cometas, estrelas pulsantes, explosões de supernova, galáxias longínquas e talvez fenómenos cósmicos que ninguém viu antes.

O nome do Observatório Rubin é uma homenagem à astrónoma americana Vera C. Rubin, que encontrou evidências conclusivas da existência de grandes quantidades de material invisível conhecido como matéria escura. O objetivo central da missão do Observatório Rubin é compreender a natureza da matéria escura, da energia escura e de outros mistérios cósmicos de grande escala. A energia escura é o que os cientistas chamam à força misteriosa e colossalmente poderosa que parece estar a fazer com que as galáxias do Universo se afastem umas das outras a um ritmo acelerado. Embora a matéria escura e a energia escura constituam coletivamente 95% do Universo, as suas propriedades permanecem desconhecidas.

 
Imagem da Nebulosa da Lagoa (M8) e da Nebulosa Trífida (M20). A imagem original tem quase 5 gigapixéis e combina 678 exposições obtidas ao longo de apenas 7,2 horas de tempo de observação e composta, no total, a partir de cerca de 2 biliões de pixéis. Ver aqui uma versão legendada. Para ver a imagem em todo o seu esplendor, utilize esta ferramenta online.
Crédito: Observatório Rubin/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA
 

O Observatório Rubin será também a máquina de descoberta do Sistema Solar mais eficiente e eficaz alguma vez construída. Captará cerca de mil imagens do céu do hemisfério sul todas as noites, o que lhe permitirá cobrir todo o céu visível do hemisfério sul em cada três a quatro noites. Ao fazê-lo, encontrará milhões de asteroides, cometas e objetos interestelares invisíveis. O Rubin será um fator de mudança para a defesa planetária ao detetar um número muito maior de asteroides do que nunca, identificando potencialmente alguns que poderão ter impacto na Terra ou na Lua.

A quantidade de dados recolhidos pelo Observatório Rubin só no seu primeiro ano será superior à recolhida por todos os outros observatórios óticos juntos. Este tesouro de dados ajudará os cientistas a fazer inúmeras descobertas sobre o Universo e servirá como um recurso incomparável para a exploração científica durante as próximas décadas.

"O lançamento das nossas primeiras imagens científicas constitui um marco extraordinário para o Observatório Rubin. Representa o culminar de cerca de duas décadas de dedicação, inovação e colaboração de uma equipa global", afirmou Željko Ivezić, Diretor de Construção do Observatório Rubin. "Com a construção agora concluída, estamos a voltar os nossos olhos totalmente para o céu - não apenas para captar imagens, mas para iniciar toda uma nova era de descobertas".

A câmara LSST no coração do Observatório Rubin capta características extremamente finas em galáxias distantes, estrelas e outros objetos celestes. O instrumento tem aproximadamente o tamanho de um carro pequeno e pesa quase 2800 quilogramas. Cada imagem tirada pela câmara LSST cobre uma área no céu tão grande como 45 Luas Cheias.

"A construção da maior câmara digital do mundo permitirá aos cientistas explorar o cosmos de novas formas e a uma escala que possibilitará descobertas que deverão mudar fundamentalmente a nossa compreensão do Universo", afirmou Aaron Roodman, Diretor da Câmara LSST. "Tal como faria com a câmara do seu telemóvel, chegou finalmente o momento de apontar e disparar - a nossa ciência começa agora".

Durante o seu estudo de dez anos, o Rubin irá gerar aproximadamente 20 terabytes de dados por noite, para além de uma base de dados adicional de 15 petabytes. Em 10 anos, o processamento de dados do Rubin gerará cerca de 500 petabytes, e o conjunto final de dados irá conter milhares de milhões de objetos com biliões de medições. Com a publicação regular de dados, os cientistas poderão efetuar as suas próprias investigações dos dados do Rubin à distância, permitindo e acelerando inúmeras descobertas sobre o nosso Universo e fazendo avançar a ciência de formas que ainda não podemos prever.

O Rubin também leva o poder dos dados astronómicos e da aprendizagem interativa a educadores e estudantes de todo o mundo através de uma plataforma online de envolvimento público desenvolvida por uma equipa de astrónomos, educadores e especialistas em design web, que fornece ferramentas e atividades para envolver e interagir com um subconjunto de dados do Observatório Rubin.

 

// Observatório Vera C. Rubin (comunicado de imprensa)
// NSF (comunicado de imprensa)
// Departamento de Energia dos EUA (comunicado de imprensa)
// NOIRLab (comunicado de imprensa)

 


Quer saber mais?

Observatório Vera C. Rubin:
Página principal
Wikipedia
Facebook
Instagram
X/Twitter

Enxame Galáctico de Virgem:
Wikipedia
SEDS

Nebulosa da Lagoa (M8):
Wikipedia
SEDS

Nebulosa Trífida (M20):
Wikipedia
SEDS

 
   
 
 
 
Top Thingy Right