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ANEL GIGANTE DE POEIRA DESCOBERTO PERTO DE ÓRBITA DE VÉNUS
26 de Novembro de 2013

 

Os cientistas descobriram um enorme e difuso anel de poeira perto da órbita de Vénus, marcando a segunda vez que uma tal estrutura foi descoberta no nosso Sistema Solar.

O anel de poeira estende-se por cerca de 220 milhões de quilómetros de ponta a ponta, embora seja apenas 10% mais denso que a nuvem de fundo que permeia o espaço interplanetário e produz o brilho conhecido como luz zodiacal.

"Se pudéssemos vê-lo à vista desarmada a partir da Terra (que obviamente não podemos devido ao seu fraquíssimo brilho), prolongar-se-ia 45 graus para cada lado do Sol," afirma o autor do estudo, Mark Jones da Universidade Aberta do Reino Unido. Um anel semelhante foi detectado perto da órbita da Terra há cerca de 20 anos atrás, acrescentou Jones. "Esta descoberta adiciona um pouco mais ao conhecimento da 'geografia' do Sistema Solar," realça.

Várias missões espaciais - incluindo as sondas soviéticas Venera 9 e 10 na década de 1970 - avistaram indícios de um anel de poeira perto de Vénus, mas a evidência não era conclusiva. Por isso Jones e colegas dedicaram-se à confirmação da estrutura.

Eles modelaram a forma como um anel perto de Vénus dispersaria luz, e em seguida procuraram características em imagens capturadas pelas sondas gémeas STEREO (Solar TErrestrial RElations Observatory) da NASA, que têm vindo a estudar o Sol desde o lançamento no final de 2006.

As imagens das STEREO revelam, de facto, um anel de poeira. Mas, em jeito de surpresa, parece muito diferente do anel perto da órbita da Terra, com dois componentes distintos. Um destes é interior à órbita de Vénus, enquanto o outro está para lá da órbita do planeta em torno do Sol, afirmam os investigadores.

Estes anéis de poeira surgiram a partir da captura de poeira interplanetária em órbitas ressonantes com as de Vénus e da Terra (órbitas ressonantes são aquelas cujos períodos têm uma relação de dois números inteiros pequenos, como 2 e 3; esta relação orbital muitas vezes amplia a influência gravitacional que dois corpos exercem entre si).

Embora os próprios anéis sejam provavelmente estruturas de longa duração, as peças individuais que os compõem não permanecem lá durante milhões de anos.

"A vida útil da poeira presa no anel é de apenas 100.000 anos, por isso não fornece grandes pistas para a formação do Sistema Solar," afirma Jones. "No entanto, o anel é muito importante para entender o que acontece à poeira interplanetária, que sabemos de outros estudos é formada a partir de colisões de asteróides e poeira cometária."

Um estudo mais aprofundado dos anéis de poeira perto de Vénus e da Terra também pode ajudar os cientistas que perscrutam para lá do nosso Sistema Solar, acrescenta. "Estes anéis terão que ser bem compreendidos quando missões futuras que visam obter imagens exoplanetárias usarem interferómetros, pois os anéis podem mascarar o sinal do exoplaneta," conclui Jones.

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade Aberta do Reino Unido (comunicado de imprensa)
Science (requer subscrição)
PHYSORG
SPACE.com

Vénus:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg 
Wikipedia

Sondas STEREO:
NASA
NASA - 2
Wikipedia


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Um grande mas difuso anel de poeira perto da órbita de Vénus é aqui revelado neste mapa de brilho compilado usando dados da sonda STEREO-A obtidos em Junho de 2009. A órbita de Vénus é realçada pelos pontos negros; as áreas mais brilhantes aparecem como manchas vermelhas e as mais ténues como azuis.
Crédito: M. H. Jones/Universidade Aberta do Reino Unido
(clique na imagem para ver versão maior)


Um diagrama que mostra o ângulo de visão que permitiu à sonda STEREO-A da NASA detectar o anel gigante de poeira perto da órbita de Vénus.
Crédito: M. H. Jones/Universidade Aberta do Reino Unido
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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