A pequena e resistente sonda japonesa Hayabusa regressou finalmente à Terra após sete longos anos! A sua chegada foi espectacular, iluminando o céu do "Outback" australiano à medida que reentrava pela atmosfera.
A cápsula da Hayabusa aterrou pelas 15:00 horas (hora de Portugal) de dia 13 na Área Proibida de Woomera no Sul da Austrália. Um avião especialmente enviado pela NASA registou a espectacular entrada e o espectáculo de luzes dos detritos aquecidos devido à fricção com a atmosfera da Terra.
Nesta imagem, a própria sonda desfaz-se em bocados, enquanto o ponto mais pequeno para baixo e à direita é a cápsula que se separou da sonda 3 horas antes de alcançar a Terra e que posteriormente aterrou de pára-quedas. Espera-se que a cápsula contenha amostras do asteróide Itokawa.
A cápsula já foi recolhida e aparenta estar em bom estado. Será enviada para o Japão onde os cientistas a vão abrir e descobrir se realmente contém amostras ou não.
A Hayabusa, lançada em 2003, atravessou uma série de problemas técnicos ao longo da sua viagem de 5 mil milhões de quilómetros até ao asteróide Itokawa. Os cientistas da missão estavam muito ansiosos porque a sonda estava desenhada para apenas durar quatro anos e havia a preocupação da sua bateria durar o tempo extra ou do seu sistema de controlo avariar.
A agência espacial japonesa (JAXA) disse que mesmo apenas um grão de material do asteróide pode ser cortado em 100 ou mais amostras e que podem ser distribuídas globalmente para análise.
Para evitar qualquer contaminação das amostras por material cá na Terra, a cápsula permanecerá fechada até que chegue ao complexo Sagamihara da JAXA, perto de Tóquio. Será então vista a raios-X e limpa antes de ser aberta numa câmara especialmente desenhada, em vácuo. Estes testes poderão demorar semanas.
Uma imagem obtida pela NASA mostra a cápsula (direita) viajando na direcção da Terra após ter sido ejectada pela sonda Hayabusa (esquerda). Foi recolhida por cientistas no remoto deserto australiano.
Crédito: NASA
Um helicóptero descobriu a cápsula cerca de uma hora depois do seu regresso.
Crédito: JAXA