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PLANETA DESCOBERTO ATRAVÉS DE MICROLENTES
20 de Abril de 2004
 

Depois de anos de intensos esforços e resultados questionáveis, os astrónomos anunciaram a primeira detecção de um planeta extra-solar através de uma técnica completamente nova. Duas grandes equipas trabalhando juntas no Hemisfério Sul anunciaram a descoberta de um planeta com a massa de Júpiter orbitando uma estrela anã vermelha a 10,000-15,000 anos-luz de distância. Fizeram-no detectando os ligeiros puxos gravitacionais que a estrela e o seu planeta exerciam na luz que vinha de uma estrela de fundo ainda mais distante.


Impressão de artista do planeta, estimado em 1.5 vezes o tamanho de Júpiter.
Crédito: NASA/Caltech

Durante quase duas décadas, os astrónomos têm-se intrigado pelo que conseguiriam aprender de tais microlentes gravitacionais -- a distorção e ampliação da imagem de uma estrela pela gravidade de um objecto a passar quase à sua frente. Para isto acontecer, no entanto, o objecto interveniente terá que passar extremamente perto da nossa linha de visão da estrela, e isto acontece muito raramente. Mas a monitorização computorizada de milhões de ténues estrelas atingiu o improvável ao encontrar estes raros eventos.

Uma das pesquisas de microlentes com mais sucesso tem o nome OGLE. A sua versão actual, OGLE-III, no observatório Campanas no Chile, está a tirar fotos e a medir 200 milhões de estrelas no centro da Via Láctea mais ou menos em cada 2 dias. Esta gigantesca quantidade de dados tem sido um tesouro de estrelas variáveis para os cientistas e astrónomos à procura de objectos que diminuem a luz de uma estrela ao passar directamente à sua frente. E tal como esperado, o esforço tem relevado muitos casos de microlentes estelares.


O planeta e a sua estrela encontram-se perto do centro da Via Láctea a cerca de 17,000 anos-luz.
A estrela de fundo que foi ampliada encontra-se a 24,000 anos-luz.
Crédito: NASA/Caltech

Desde 1993, pesquisas deste tipo registaram quase 2,000 microlentes de uma estrela por outra na direcção do centro da Via Láctea. Cerca de 50 destes eventos têm mostrado complexos efeitos de lentes duplas causados por um objecto binário. Um extraordinário evento binário, visto nos passados meses de Julho e Agosto, mostraram uma relação entre a massa do par de cerca de 250 para 1 -- o que significa que o mais leve dos dois tem que ser um planeta.

O evento (chamado 02345/M53) foi detectado independentemente pelo OGLE-III e pelo projecto similar MOA no Observatório Monte John na Nova Zelândia. Os dois não só confirmaram as detecções um do outro como também preencheram os lapsos de dados de cada projecto.

"No passado tem havido vários casos de falsos alarmes" acerca de planetas de microlentes, disse o membro da equipa Bohdan Paczynsiki (Princeton). Mas desta vez, acrescentou, "estamos bastante confiantes que desta vez é que é."

A estrela de fundo cuja luz ficou ampliada era uma comum estrela do tipo G, brilhando com uma ténue magnitude 20 no fundo dos enxames do centro da Via Láctea. A estrela que actuava como lente entre nós e a última era provavelmente uma anã vermelha do tipo M com cerca de um terço da massa do Sol. Isto daria ao seu companheiro uma massa entre 1 e 1.5 vezes a massa de Júpiter e faria o planeta estar a 2 ou 3 unidades astronómicas da estrela.

Outra possibilidade é a estrela ser uma anã branca com cerca de 0.6 vezes a massa do Sol. Isto faz com que o planeta tenha 2.5 vezes a massa de Júpiter.

A estrela a actuar como lente na realidade não pode ser vista; encontra-se enterrada no brilho da estrela de fundo mais brilhante. Mas os astrónomos estimam que dentro de 10 anos, o seu movimento irá afastá-la o suficiente para os telescópios conseguirem observá-la e estudá-la directamente. O seu planeta, no entanto, está de todo fora de questão ser detectado outra vez -- um distinto passo atrás no método de microlentes para encontrar exo-planetas.


Com as microlentes gravitacionais, o observatório na Terra vê um aumento de brilho distinto da estrela mais distante quando a estrela mais próxima e o planeta se movem em frente, criando uma lente.
Crédito: NASA/Caltech

O facto de ter sido encontrado um evento deste tipo de entre tão vasta pesquisa não significa que estes "Júpiteres" sejam raros, disse Paczynski. O alinhamento de todas as peças do puzzle têm de estar de tal modo bem colocados que encontrar só um evento deste tipo até agora é consistente com o facto de estes Júpiteres serem na realidade muito comuns.

Paczynski e Ian A. Bond (Instituto para a Astronomia, Edimburgo), o autor principal do trabalho do grupo, dizem que estão confiantes que estas buscas de microlentes encontrem e caracterizem mais exoplanetas dentro em breve. A chave, no entanto, será a monitorização intensa quando tal evento promissor começar. Amadores bem equipados, reforçam, podem providenciar ajuda crucial para este estudo.

O aspecto mais excitante deste método é que poderá encontrar as primeiras exo-Terras. Diz Bond, "o único ponto forte das microlentes é a habilidade de detectar planetas com pequenas massas."

Links:

Notícias relacionadas:
http://www.space.com/scienceastronomy/exoplanet_new_0404015.html
http://www.newscientist.com/news/news.jsp?id=ns99994889

 
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