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LUZ RESIDUAL DO UNIVERSO APONTA PARA UM UNIVERSO AFUNILADO
16 de Abril de 2004
 

Poderá o Universo ter a forma de uma trombeta medieval? Isto pode parecer um sonho surrealista, mas de acordo com Frank Steiner da Universidade de Ulm na Alemanha, observações recentes parecem indicar que o cosmos esteja esticado com a forma de um funil com uma pequena abertura de um lado e espraiando-se para a forma de um sino na outra. Isto também significaria que o espaço é finito.

A adopção de um modelo aparentemente tão bizarro ajudaria a explicar duas observações intrigantes.


Imagem microondas obtida pelo WMAP.
Crédito: NASA/WMAP Science Team

A primeira prende-se com o padrão de pontos quentes e frios na radiação cósmica de fundo observada no microoondas, que mostra o aspecto que o Universo teria 380.000 anos após o Big Bang. A radiação cósmica de fundo foi mapeada detalhadamente em 2003, pela sonda da NASA Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) que descobriu que o padrão desaparece quando se fala de grandes escalas: não existem grandes bolhas quando se analisam campos com mais de 60º no céu.


Impressão de artista da WMAP.
Crédito: NASA/WMAP Science Team

Steiner e o seu grupo afirmam que um Universo finito com a forma de uma trombeta encaixa nesta observação. Esta forma implica a inexistência de espaço onde existam grandes bolhas.

O volume actual do seu modelo do universo teria cerca de  10^32 anos-luz cúbicos. Quando o Universo tinha apenas 380.000 anos seria demasiado pequeno para admitir grandes flutuações.

No modelo, cuja nomenclatura técnica é definida como uma topologia Picard, o Universo encurva de uma forma peculiar. Uma extremidade é imensamente longa mas tão estreita que tem volume finito, enquanto do outro lado se espraia como na abertura de uma trombeta.

Os modelos em forma de trombeta foram primeiramente propostos durante a década de 1990 para encaixar uma anomalia similar detectada pelo satélite COBE, mas o grupo de Steiner é o primeiro a encaixar o modelo nos dados do WMAP. Já em 2003, outro grupo havia proposto que o Universo seria finito, mas propunha uma forma de bola; no entanto, o modelo tinha alguns problemas pois devia existir uma padrão claro no fundo microondas que seria uma série de círculos que fossem imagens de simetria uns dos outros, mas estes círculos parecem não existir.

O Universo em funil também deveria produzir em alguns pontos manchas circulares simétricas, mas a visualização dessas bolhas dependeria da região do Universo onde estivermos. Neil Cornish da Montana State University, em Bozeman, diz que "os nossos dados publicados  da busca de círculos simetricos provavelmente não rege a topologia Picard.

A ideia do Universo em forma de corneta tem mais vantagens. No universo plano da cosmologia convencional, as bolhas mais pequenas da radiação de fundo cósmico têm que ser redondas. No entanto, não o são. "Se olharmos para as estruturas mais pequenas elas parecem elipses" diz Steiner. A curva do Universo em forma de trombeta pode ser apropriada para explicar esta observação.

Este modelo obrigaria os cientistas a abandonar o "Princípio Cosmológico", isto é, a ideia de que todas as partes do cosmos são basicamente iguais." Se uma pessoa se encontrar na extremidade muito fina do cosmos as coisas deverão de facto parecer muito estranhas, com duas das dimensões a serem diminutas" diz Holger Then, um membro da equipa de Steiner.

Neste modelo num ponto extremo, uma pessoa seria capaz de olhar de volta para a parte de trás da sua própria cabeça. Seria um ponto interessante para ser explorado mas demasiado longe da Terra para que tal venha alguma vez a ser possível, mesmo com telescópios.

Estas observações são no entanto ambíguas e podem ser flutuações estatísticas das observações. Durante o próximo ano o WMAP e outros telescópios verificarão se as grandes bolhas estão realmente em falta e se as pequenas são realmente elipticas.

Se isto se verificar, então o nosso universo terá de facto em cada secção uma curva parecida com uma batata frita Pringle tendo a forma global de uma trombeta, forma esta que recebe o nome de um personagem da série "Star Trek".


Breve História do Universo.
Crédito: NASA/WMAP Science Team

As imagens obtidas pela sonda WMAP durante o ano passado permitiram já responder a algumas questões chave sobre a história do tempo e do espaço. Ajudaram a identificar o momento da criação há 13,7 mil milhões de anos e ajudaram a estabelecer as proporções do Universo como contendo 4% de matéria,  23% matéria escura ou indetectável e 73% algo misterioso chamado agora quintessência, energia de vácuo ou energia escura. E levantou agora de novo a questão obscura da forma do Universo.

Links:

NASA/WMAP:
http://map.gsfc.nasa.gov/

New Scientist:
www.newscientist.com/news/news.jsp?id=ns99994879

 
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