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OBJECTO DISTANTE PODE SER 10º PLANETA
16 de Março de 2004
 

O título de Plutão como planeta mais afastado do Sol pode estar em perigo, com a descoberta de um grande objecto orbitando o Sol muito mais longe do que qualquer outro (já tínhamos anteriormente anunciado uma outra descoberta deste género no boletim nº 0 de 3 de Março).

O objecto, nomeado Sedna em honra à deusa Inuit do mar, situa-se a mais ou menos 13 mil milhões de quilómetros, aproximadamente o dobro da distância de Plutão ao Sol. O seu diâmetro estimado de 2000 km é cerca de 90% do de Plutão, o que faz com que Sedna seja o maior corpo do Sistema Solar a ser descoberto desde Plutão em 1930.


Imagem do movimento de Sedna.
Crédito: NASA/Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)

Sedna é muito grande, e muito mais afastado do que as anteriores descobertas, dizem os cientistas. É uma grande descoberta, mas não uma supresa. Com certeza haverá mais corpos gigantescos. Talvez até ainda maiores.

Este objecto também é especial porque tem uma cor avermelhada; é o segundo objecto mais vermelho do Sistema Solar, a seguir a Marte.


Concepção de artista do objecto recentemente descoberto, de nome "Sedna".
Crédito: NASA/JPL - Caltech

Sedna situa-se na cintura de Kuiper, uma banda de gelo e rochas, detritos que sobraram do nascimento do Sistema Solar e que se expandem a partir de Neptuno. Cerca de 800 objectos da Cintura de Kuiper (KBOs - Kuiper Belt Objects) foram descobertos desde 1992, alguns com órbitas previstas que poderão situá-los até aos 150 mil milhões de quilómetros do Sol.

A nível prático, os grandes KBOs são brilhantes o suficiente para permitir estudos físicos de interesse. Estes poderão explicar mais sobre a origem destas relíquias geladas. Os KBOs são tão distantes e a sua composição é tão desconhecida que até as medições dos seus diâmetros são pouco mais que "palpites".

Mas Sedna é tão grande que parece prometer muito à Ciência. Pode ser grande o suficiente para reter uma ténue atmosfera, tal como Plutão, pelo menos em certas partes da sua órbita. Sedna foi descoberto a Novembro de 2003 usando o telescópio do Mt. Palomar, com o Telescópio Espacial Spitzer e o Observatório Tenagra no Arizona confirmando a observação.

O novo objecto pensa-se que orbite o Sol em cada 10,500 anos e pode ser seguido por uma pequena lua. A temperatura de Sedna é de uns geladíssimos -240 C - o objecto mais frio do Sistema Solar. A distância de Sedna ao Sol é tão grande que podíamos tapá-lo completamente com a cabeça de um alfinete!

O tamanho de Sedna pode reavivar os argumentos acerca do que constitui um planeta. Muitos astrónomos acreditam que Plutão foi assim designado apenas porque foi encontrado seis décadas antes do primeiro KBO. "Se Plutão é um planeta, então Sedna também o é", dizem os cientistas, "porque é quase tão grande". É melhor prepararmo-nos para um Sistema Solar com 20 planetas!


Comparação de Sedna entre outros corpos do Sistema Solar
Crédito: NASA/JPL - Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)

Desde 2001, uma equipa liderada por Brown, Chad Trujillo do Observatório Gemini e David Rabinowitz da Universidade de Yale, monitorizaram cerca de 15% do céu a partir do Monte Palomar e encontraram já mais de 30 KBOs.

Em Fevereiro passado, a equipa já tinha descoberto um objecto com cerca de 70% do tamanho de Plutão e em 2002 tinha encontrado um outro com metade do diâmetro de Plutão, chamado Quaoar. A equipa estima que encontrará pelo menos mais 10 grandes KBOs nos próximos anos, incluíndo outros objectos maiores que Plutão.

Sedna irá aproximar-se do Sol durante os próximos 72 anos antes de começar a sua viagem de 10,000-10,500 anos até aos cantos recônditos do Sistema Solar. Da "última vez" que Sedna esteve tão perto do Sol, a Terra estava a acabar de sair da última idade do gelo; da próxima vez que voltar, o mundo poderá ser um lugar completamente diferente.

Nota: estas informações são apenas hipóteses. À medida que procurava mais informações na net acerca desta descoberta, deparei-me com algumas diferenças de números e de argumentos. Uns dizem que a temperatura de Sedna é de -200 C, outros de -240 C; outros ainda teorizam que, devido à altíssima excentricidade deste objecto, Sedna pertence à hipotética Nuvem de Oort, local donde se pensa que venham alguns cometas. Esta nuvem pensa-se que rodeie o Sol e que se estenda até quase a metade da distância entre o Sol e a estrela mais próxima. Mas Sedna está dez vezes mais próximo que a distância prevista da nuvem de Oort. Brown diz que esta "nuvem de Oort interna" pode ter sido formada pela gravidade de uma estrela, que se aproximou do Sol no princípio do sistema solar. Essa estrela estaria próxima o suficiente para ser mais brilhante que a Lua Cheia, e teria sido visível de dia durante 20,000 anos. Ou pior, poderia ter deslocado cometas, levando a uma chuva cometária que extinguiu toda a vida presente na Terra a essa altura.
É provável que durante os próximos dias hajam mais informações relacionadas com esta descoberta. Caso haja notícias de relevo, enviaremos para a newsletter.

Links:

SEDNA:
http://www.gps.caltech.edu/~mbrown/sedna/
http://www.nasa.gov/vision/universe/solarsystem/planet_like_body.html
http://www.spitzer.caltech.edu/
http://www.space.com/scienceastronomy/new_object_040315.html
http://skyandtelescope.com/news/article_1189_1.asp
http://spaceflightnow.com/news/n0403/15sedna/

Equipa de cientistas:
http://www.gps.caltech.edu/~mbrown/
http://www.gps.caltech.edu/~chad/
http://www.ifa.hawaii.edu/faculty/jewitt/kb.html

 
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